A pressão arterial exerce um papel fundamental para a perfusão do organismo, garantindo a chega de sangue, oxigênio e nutrientes aos órgãos e tecidos. Para que este processo ocorra de maneira ideal, é fundamental que a PA permaneça na margem entre seu valor mínimo e máximo.
A mensuração da PA é algo muito comum na rotina veterinária, seja na parte de internamentos, período transoperatório ou atendimento geral. Essa avaliação é um importante fator para determinar a hemodinâmica do paciente.
Pressão arterial sistólica e média
A PA pode ser determinado tanto pela pressão arterial sistólica (PAS), quanto pela pressão arterial média (PAM), tendo seus respectivos valores médios:
Mínimo | Máximo | |
PAS | 120mmHg | 140mmHg |
PAM | 80mmHg | 100mmHg |
É importante lembrar que, durante a avaliação clínica, estes valores podem estar aumentados por conta estresse ou agitação do paciente.
Embora os valores mostrados acima sejam considerados normais, não se tratam dos limites mínimos e máximos da PA. Mesmo que paciente se encontre ligeiramente fora dos índices, ainda se manterá bem.
Valores de referência mínimos e máximos para perfusão:
Mínimo | Máximo | |
PAS | 90mmHg | 160mmHg |
PAM | 65mmHg | 130mmHg |
As características individuais do paciente devem ser consideradas para a avaliação da PA. Fatores como tamanho, raça e temperamento podem causar diferenças significativas. No atendimento de gatos, é fundamental fazer a adaptação do felino ao ambiente antes do aferimento.
Em situações transoperatórias, é possível obter um resultado mais preciso da PA, considerando que o paciente se encontra inconsciente, permitindo assim a visualização individual da ação do sistema nervoso autônomo. Em situações de estado emergencial, com o nível de consciência reduzido, também é possível ter maior assertividade.
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PAS ou PAM: qual é “melhor”?
O que deve ser considerado para escolha do método é a condição para executá-lo. A PAS pode ser avaliada por métodos não invasivos e com alta correlação com a realidade, principalmente através do doppler vascular, enquanto a aferição da PAM é melhor realizada por métodos invasivos, onde um acesso arterial é acoplado ao paciente e conectado a um transdutor de pressão vinculado a um monitor que indicará o valor da pressão arterial sistólica, diastólica e média.
O que causa alterações na PA?
A pressão arterial é dada pelo débito cardíaco e resistência vascular periférica. O débito cardíaco se dá pela multiplicação da frequência cardíaca pelo volume sistólico, recebendo influência do sistema nervoso simpático e parassimpático. O SNAS, quando exercendo estimulação cardíaca, aumenta a frequência, enquanto o SNAP faz a redução.
O sistema hemodinâmico se autocompensa, fazendo com que a resistência vascular e frequência fiquem inversamente conectadas para manter a pressão arterial o mais estável possível.
Principais elementos da hemodinâmica
Volume sistólico
Mensurado pela pré-carga, pós-carga e contratilidade.
Pré-carga
Volume que chega ao átrio direito do paciente. Seu valor pode ser alterado pela infusão de fluídos ou utilização de diuréticos.
Pós-carga
Força exercida pela aorta contra a ejeção cardíaca do miocárdio e o débito cardíaco. Quanto maior for a pós-carga, pior será a ejeção cardíaca.
Contratilidade
Força de contração muscular exercida pelo coração, relacionada a capacidade do coração de se estirar para então contrair. Quanto maior for o estriamento cardíaco, maior intensidade ocorrerá na contração.
Resistência vascular periférica
Valor atribuído aos capilares sanguíneos, estruturas que abrangem a maior parte do volume sanguíneo do sistema vascular. Podem ser influenciado por fatores locais (como agentes vasodilatadores) e sistêmicos.
Observação: em situações quando o problema está no volume sistólico, o tratamento pode ser feito com fluído, exercendo assim influência na pré-carga, ou utilizando agentes isotrópicos positivos como dobutamina, que resultará no aumento da contratilidade cardíaca e, por fim, influenciado a pressão arterial.
Dúvidas?
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