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Diarreia em suínos

Cerca de 75% das perdas na suinocultura ocorre por conta das doenças multifatoriais, e entre todas as doenças, a diarreia é a mais frequente e a mais importante devido a perdas econômicas relacionadas a essa patologia. 

Os riscos são aumentados por conta da forma de produção moderna, o adensamento da produção em busca de maior produtividade, onde se criam muitos leitões em um pequeno espaço. 

Dentro da população, as doenças podem ser divididas de acordo com a fase produtiva, doenças de maternidade, doenças de creche, doenças de crescimento e terminação, as diarreias podem aparecer em diferentes fases de produção, desde animais filhotes até animais adultos, embora menos comum em adultos. 

É uma doença que afeta leitões na maternidade, tendo um alto índice de mortalidade, principalmente em leitegadas não tratadas.  

O principal agente causador de diarreia em leitões é a Escherichia coli. 

Colibacilose Neonatal

Doença de grande importância pois afeta animais mais jovens de até 5 dias de vida, é a primeira doença que esses animais poderão enfrentar e a que mais causa perdas na maternidade, os principais sintomas são diarreia e desidratação, podendo levar ao óbito. 

Causada por cepas enterotoxigênicas da E. Coli essas cepas produzem toxinas e causa grandes prejuízos na produção e os animais que não vem a óbito acabam perdendo desempenho, e não se desenvolvendo como deveriam. 

Essas cepas possuem também fatores de aderência, trata-se de mecanismos que a bactéria tem para se aderir no intestino dos animais e permanecer ali, se tornando mais infectante, e produzindo cada vez mais as enterotoxinas que causam problemas nos filhotes, destruindo as vilosidades e células intestinais, que causa a diarreia desses animais. 

Distribuição mundial

Presente em todo o mundo a E. coli enterotoxigênica é amplamente encontradas na produção de suínos. 

Fatores relacionados ao ambiente em que esses animais são criados e a imunidade materna do leitão tem papel direto na disseminação da doença, ambiente sujo é local de permanência da E. coli, por isso é importante realizar a limpeza e desinfecção dos galpões, grandes perdas econômicas podem ser consequência de locais contaminados.  

A imunidade materna é de extrema importância para a proteção dos filhotes, se a matriz tiver uma boa produção de anticorpos, ela vai proteger melhor os leitões. 

As leitegadas estão cada vez maiores na suinocultura, quanto mais animais por parto, maior é o número de animais para consumir o colostro, esse pode ser o problema para os animais que nascem por último, pois esses já nascem menores e mais fracos, se mamarem menos colostro, terão menos anticorpos maternos, podendo ser mais suscetíveis a colibacilose neonatal, especialmente se for somado com a falta de higiene do local da maternidade. 

Fisiopatologia da doença

Quando o animal ingere essa bactéria (E. coli enterotoxigênica) ela se adere a parede do intestino, então a partir do momento que ela se fixa na parede intestinal dos animais, começa a liberação de enterotoxinas que vão causar a diarreia, destruição das células intestinais, desequilíbrio na quantidade de água e eletrólitos nas células intestinais. Essa bactéria vai causar o desequilíbrio e o rompimento dessas células, e causam o encurtamento das vilosidades. 

No intestino saudável, as vilosidades estão íntegras e são importantes, pois, aumentam a área de absorção, conforme o alimento vai passando por essas vilosidades, tem uma grande área de absorção e ajuda na digestão.

Quando tem as toxinas nas vilosidades do intestino, as vilosidades vão diminuir de tamanho e essa área de absorção fica muito menor e o alimento passa mais facilmente, causando a diarreia, por causa do aumento da taxa de passagem. 

O quadro é tão grave, que essa diarreia amarelada a marrom geralmente é observada 2 a 3 horas após o nascimento, isso depende muito do ambiente, pois o ambiente sujo faz com que a infecção seja mais rápida. 

Diagnóstico e Prevenção

O diagnóstico é feito com base nos sinais observados, em poucos casos através da histologia de trato gastrointestinal e principalmente pelo isolamento da bactéria, após detectar a bactéria presente no ambiente, o tratamento é realizado através de antibióticos escolhidos após o resultado de antibiograma e fluidoterapia para reposição de eletrólitos nos animais desidratados. 

A prevenção da colibacilose neonatal é feita com a melhora do ambiente, através da desinfecção frequente, lavagem entre lotes da maternidade após o desmame e na higiene do local da maternidade, e com a vacinação das matrizes, para que tenha aumento da imunidade e passe os anticorpos para os leitões através do colostro.  

Um ponto importante também é não aumentar muito a densidade populacional da maternidade. 

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